Vais por uma das bonitas ruas da Baixa lisboeta, com atitude (embora sem Martini), envergas um tão notívago quanto dançante vestido de lantejoulas preto, sem costas, com maquilhagem e cabelos também perfeitos. Mostras-te e demonstras-te. Mostras-te bem nesta cidade e achas que te demonstras bem contigo própria - apesar da inquietude interna. Só querias que ele te visse naqueles preparos, tão linda, tão fresca, tão solta, tão livre. É assim que te sentes e achas que transmites essa imagem: a imagem de sozinha mas fabulosa. Solteira, numa saída para a noite, num arraso de quem só quer dançar, mas que no fundo só queria fazê-lo com ele, estar com ele, na boa independência de ambos - conquistada - e que em muito caracteriza as novas conquistas.| E de repente, ali estão eles: um casal, rodeado de fotógrafos. São literais noivos. Ela de véu e grinalda no seu mermaid dress, ele em perfeito black suit. E tu sorris. Iluminas um sorriso à luz dos flashes daquela cena, não acabasses tu também por ser captada. E tu sorris. Sorris acima de tudo pelas tuas contradições e condições internas face ao que o exterior te expõe... E achas bonita aquela cena [ao entardecer, com Lisboa sobre fundo], que depois se esfumaça à velocidade do teu andamento, embora tenha ficado captada, na tua memória e na fotografia deles. E agora percebem, ela avança mas aquela imagem ficou-lhe captada na retina. Aquela imagem romântica em Lisboa, que qual Paris, é a cidade luz, que qual Roma, é a cidade do amor.|
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