1 Queen Of The Crime Council - Kill Bill

sábado, 15 de novembro de 2014

"O dia deu em chuvoso."

Certo como a chuva e constatado por Álvaro de Campos. Sempre, e aqui o sempre tem tanto de força quanto de tempo, existiram dias chuvosos.
Também (desde sempre) os há em mim. Mas talvez só no dia em que me trouxeram ao conhecimento o poema, (re)conheci este meu estado de alma. Não será exclusivo meu, nem do mundo, toda gente terá os seus dias chuvosos. Esta sexta-feira tivemos mais um.

Choviam cântaros, cães, gatos, e mais uns quantos animais domésticos, talvez alguns peixes por Alcântara e em Sete Rios - ou seja: chovia imenso. Eu saí tarde, cansada e doente do trabalho. Tive, como em todos os dias, de atravessar Lisboa de-uma-ponte-à-outra, [em mais um dia que me dava imenso jeito ter um barco, ou um belo fato de oleado e umas galochas]. Depois toda a gente conhece o resultado do teorema: Chovem cântaros cheios de animais domésticos e alguns peixes (que também podem ser domesticados dentro de aquários [e não só cântaros]) + numa sexta-feira em Lisboa, no Porto, e quiçá em Santo-Tirso, no que ao trânsito diz respeito. E eu à chuva, doente, cansada e tardiamente, cheguei a casa num dia chuvoso, com pensamentos chorosos. Logo eu, que gosto tanto da elegância de andar e dançar à chuva, e depois chegar a casa e tomar um banho tão quente quanto vaporoso [talvez por influência das notícias da Legionella, nem este pensamento de fim de dia me alegrou ou assolapou].

Chovia e eu subia, de passo tão acelerado quanto o pensamento que se fazia sentir debaixo daquele chapéu. As lágrimas passaram do céu para a minha cara,
Mas que opressão a dos dias que dão em chuvosos, sobretudo quando a manhã esteve bastante azul.|

1 comentário:

Anónimo disse...

Há dias assim. Que o Sol volte a brilhar no teu céu e na tua cara ;-)

Beijos